A Itália oferece várias cidades excelentes para quem busca qualidade de vida, boas oportunidades de emprego e adaptação cultural, especialmente para brasileiros.
O Il Sole 24 Ore acabou de publicar o ranking de 2024 sobre a qualidade de vida nas províncias italianas, destacando mudanças significativas em relação aos anos anteriores. Pela primeira vez, Bérgamo conquista o primeiro lugar, seguida por Trento e Bolzano, reforçando a predominância do nordeste do país nas primeiras posições.
As grandes cidades registraram queda: Milão desceu para o 12º lugar, Florença ficou na 36ª posição e Roma ocupa agora o 59º lugar. Por outro lado, algumas províncias do sul apresentam sinais positivos; por exemplo, Bari subiu quatro posições, alcançando o 65º lugar. No entanto, o sul continua ocupando as últimas posições, com Reggio Calabria em último lugar.
O ranking é baseado em 90 indicadores divididos em seis categorias: riqueza e consumo, negócios e trabalho, ambiente e serviços, demografia e sociedade, justiça e segurança, e cultura e lazer. Essa metodologia oferece uma visão detalhada do bem-estar em diferentes áreas do país, destacando as disparidades existentes e as dinâmicas em evolução.
De forma geral, com base nos rankings recentes e análises detalhadas, algumas cidades destacam-se em relação a qualidade de vida e oportunidades:
1. Bolonha (Emília-Romanha)
Bolonha lidera rankings de qualidade de vida devido à sua infraestrutura eficiente, oportunidades de trabalho e ambiente cultural. A cidade combina uma economia forte com qualidade ambiental, uma rede de transporte público eficaz e uma vida cultural vibrante. É uma excelente opção para profissionais qualificados, especialmente nas áreas de tecnologia e educação. Além disso, a cidade possui a Universidade mais antiga do mundo, a Università di Bologna, sendo um importantíssimo pólo acadêmico. A cidade é repleta de jovens.
2. Bolzano (Trentino-Alto Ádige)
Conhecida por sua localização estratégica perto da Áustria e Suíça, Bolzano se destaca pela qualidade ambiental, segurança e alto índice de emprego. Apesar de seu custo de vida mais elevado, a cidade oferece ótima infraestrutura e é ideal para quem aprecia um estilo de vida tranquilo em contato com a natureza. Muitos moradores falam alemão, italiano e inglês, facilitando a integração de estrangeiros
3. Florença (Toscana)
Florença atrai estrangeiros pelo seu rico patrimônio cultural e histórico, berço do Renascimento na Europa. Além disso, é um polo turístico e acadêmico, com boas oportunidades para profissionais no setor criativo e educacional. A cidade tem um equilíbrio entre tradição e modernidade, mas pode ser mais cara para aluguel no centro histórico
4. Milão (Lombardia)
Milão é o coração econômico da Itália, ideal para quem busca emprego em grandes empresas, especialmente nos setores de moda, design e tecnologia. A cidade possui uma rede de transporte eficiente e oportunidades cosmopolitas. Contudo, o custo de vida é um dos mais altos do país.
5. Turim (Piemonte)
Turim é uma alternativa mais acessível em termos de custo de vida, mantendo boas oportunidades de trabalho, especialmente na indústria automotiva e tecnológica. É uma cidade culturalmente rica, com excelente infraestrutura urbana e fácil acesso aos Alpes.
Dados financeiros e custo de vida
- Aluguel mensal: varia de €450 a €850 para apartamentos de um quarto próximos ao centro.
- Contas básicas: entre €90 e €205 para um apartamento médio. Esses números refletem diferenças regionais, com o norte sendo geralmente mais caro que o sul.
Adaptação para brasileiros
Cidades como Bolonha e Milão têm comunidades brasileiras significativas e infraestrutura que facilita a integração, como escolas internacionais e redes de apoio. Além disso, a cultura acolhedora e o clima mediterrâneo tornam a adaptação mais fácil.
Mercado de Trabalho
Até 2028, várias regiões e setores na Itália enfrentarão uma alta demanda por trabalhadores, refletindo mudanças demográficas e econômicas significativas. Entre 3,1 e 3,6 milhões de trabalhadores serão necessários para suprir a demanda de várias regiões.
A seguir, estão os destaques em relação às necessidades regionais e setoriais:
Regiões com maior demanda
Lombardia, Veneto e Emilia-Romagna:
Estas regiões, concentradas no norte da Itália, são altamente industrializadas e enfrentarão uma forte demanda por profissionais em engenharia, tecnologia e saúde. Lombardia, por exemplo, continua sendo um polo econômico essencial, enquanto Veneto e Emilia-Romagna se destacam na manufatura e agroindústria.
A Lombardia precisará de 669 mil trabalhadores, representando 18% de toda a procura nacional. Na Emilia-Romagna a necessidade prevista é de 306 mil trabalhadores, representando 8,4% da procura nacional. Já no Veneto, a necessidade prevista é de 302 mil trabalhadores, 8,3% da procura nacional.
Regiões do Sul, como Puglia, Campania e Sicília:
Embora tradicionalmente menos industrializadas, estão atraindo investimentos em turismo e energias renováveis, setores que devem criar oportunidades de trabalho, especialmente para técnicos especializados e serviços relacionados.
A necessidade prevista na Campânia é de 302 mil trabalhadores, 8,8% da procura nacional.
Setores em crescimento em todo o país
- Tecnologia da Informação:
- A demanda por especialistas em TI, incluindo engenheiros de software e técnicos de redes, continua crescendo devido à transformação digital nas empresas italianas. A especialização em machine learning e inteligência artificial também é especialmente valorizada.
- Saúde e Serviços Sociais:
- Com uma população envelhecida, há uma carência de enfermeiros, médicos e cuidadores, particularmente em regiões mais rurais. Essa necessidade é enfatizada pelo envelhecimento populacional acelerado do país.
- Indústria e Engenharia:
- Áreas como robótica, automação industrial e energias renováveis estão em ascensão, exigindo profissionais qualificados em todo o país.
- Agricultura e Turismo:
- O trabalho sazonal em agricultura e turismo (particularmente em regiões como Toscana, Lazio e Campânia) continua sendo essencial, oferecendo oportunidades para trabalhadores menos especializados
Demanda por imigrantes
Estudos indicam que a Itália precisará de cerca de 280 mil trabalhadores estrangeiros anualmente até 2050 para compensar o envelhecimento da população e a escassez de mão de obra em setores essenciais. O Decreto Flussi, que regula a entrada de imigrantes, já prevê milhares de vagas anuais para atender a essas necessidades, com uma parcela significativa destinada a trabalho sazonal e técnico
Essas dinâmicas criam oportunidades especialmente para trabalhadores brasileiros com experiência ou interesse em setores prioritários, como saúde, TI e engenharia. Para mais informações sobre as profissões mais procuradas e processos de imigração, o portal oficial EURES pode ser consultado.
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